Você, pai ou mãe que está lendo este texto agora, provavelmente já se deparou com algum questionamento feito por seu filho e simplesmente não soube como responder.
A tecnologia trouxe a informação de maneira fácil e rápida para as mãos das crianças, o que gera inúmeras curiosidades. Curiosidades essas que deixam os pais receosos, pois muitas vezes não sabem como responder sem causar traumas ou precipitações nas etapas de desenvolvimento do filho.
Para lidar com esse fato, o psicólogo Gosuen aconselha que o adulto questione a criança quando ouvir uma pergunta. Por que ela deseja saber aquilo? “Além de dar mais tempo para o adulto pensar e elaborar uma resposta, a explicação da criança vai dar uma pista sobre qual é sua real dúvida, facilitando a elaboração da resposta do adulto”, descreve o especialista.
Dependendo da pergunta, pode ser que você nem saiba a resposta. A medida que as crianças vão crescendo as perguntas vão ficando cada vez mais complexas e nestes momentos, você deve ser sincero e falar que não sabe responder, mas que vocês poderão aprender juntos sobre o assunto. Dessa forma, Naomi Climer, presidente do IET, aconselha: “Os pais precisam saber que é perfeitamente legítimo dizer ‘não sei, que boa pergunta, vejamos se podemos encontrar a resposta’ ”.
Por isso, daremos algumas dicas de como responder perguntas embaraçosas de maneira satisfatória, sem acelerar o conhecimento pertinente à idade.
Para toda e qualquer pergunta, seja:
- Natural e objetivo;
- Verdadeiro (a mentira será descoberta pelo seu filho mais cedo ou mais tarde);
- Inocente (a malícia está na nossa cabeça e não na cabeça da criança).
Perguntas relacionadas ao corpo e a sexualidade:
As crianças são curiosas por natureza e em algum momento elas vão fazer a pergunta mais temida pelos pais: “Como os bebês entram na barriga?” Antes de responder, pergunte para o seu filho o que ele já sabe a respeito. Esse conhecimento prévio vai ajudar com a resposta.
É importante saber que respostas como cegonhas e sementes não são bem-vistas por especialistas. A criança precisa saber a verdade de maneira adequada para a idade.
Nesse momento, explique que durante a fase adulta o corpo está pronto para outras “funcionalidades”, dentre elas conceber um bebê e neste mérito de funcionalidades, os pais podem explicar de forma muito natural as diferenças entre os corpos femininos e masculinos.
Outra situação complicada é a separação dos pais:
Infelizmente, o casamento às vezes termina e os pais precisam ter ciência de que os filhos podem sofrer mais que do que eles neste momento.
As crianças precisam se sentir acolhidas e amadas por ambas as partes, não basta apenas conversar e explicar a nova situação. Enfatize que a mudança foi apenas para os pais e que a relação da criança com os genitores continuará a mesma.
Fique por dentro dos acontecimentos na vida da criança, como, por exemplo: o dia a dia na escola, o desenho favorito no momento, as brincadeiras que estão gostando ou quem são os amigos. Tudo isso ajudará a manter a proximidade afetiva, ficando cada vez mais natural a mudança recém ocorrida. Além disso, a promoção de passeios ou reuniões entre família também é fundamental para um desenvolvimento emocional sadio das crianças.
Último tema: Morte
Esse assunto talvez seja o mais difícil, pois a morte está ligada a crença de cada um.
Temos duas certezas sobre este assunto:
1ª A morte chega para todos nós um dia;
2ª Os sentimentos que a morte traz são amenizados com o tempo.
Quando seu filho perguntar algo relacionado a morte de um ente querido ou quando você precisar dar essa notícia a uma criança, explique de acordo com o que você realmente acredita.
Com o passar do tempo, pode ser que a criança em sua fase mais madura discorde da sua crença, mas ela saberá que você não mentiu, apenas disse o que de fato acreditava.
Não esqueça: perguntas embaraçosas fazem parte da vida de pais e filhos e as respostas dadas podem marcar a vida das crianças para sempre.